Eram 5:00AM, tivemos que
partir da Associação Comunitária conforme combinado com João (presidente).
Fomos ao cais da Barra na expectativa de encontrar alguns pescadores para
trocarmos algumas ideias, mas não havia ninguém. Resolvemos então passar na
padaria, tomar um café da manhã e seguir adiante.
Foto: Cais da Barra (Rafael).
Logo na saída da cidade,
chegamos ao trevo da Portocel, compreendesse como o único porto do Brasil
especializado no embarque de celulose, preparado para receber navios
continuamente, com capacidade de embarque anual de 7.500.000 toneladas de
celulose.
A Portocel é de propriedade
conjunta das duas maiores empresas produtoras de celulose no Brasil, com 51% de
percentual da Fibria e 49% da Cenibra.
O que particularmente pude
perceber nesse curto espaço de tempo que passei em Barra do Riacho, é a falta
de interesse público para a desenvoltura turística do local, sendo que a única fonte
de renda dos habitantes é o pescado, o comercio local, que por sinal muito
explorado e as empresas nas imediações da cidade, ou seja, o sujeito não possui
qualidade de vida além de ter que contribuir com empresas que não possuem
responsabilidade ambiental, exceto a “compensação ambiental”, que por lei impõe
ao empreendedor a obrigatoriedade de apoiar a implantação e manutenção de UC do
grupo de proteção integral caso o empreendimento for considerado como impacto
ambiental.
Seguimos em frente, com aprox. 6km estávamos em Barra do Sahy.
Ao chegar no posto de gasolina, possui uma rua
de estrada de chão de 5km que chega a Aldeia Pau Brasil.
Foto: Próximo a Aldeia Pau Brasil (Rafael).
Por lá fomos muito bem
recebidos pela Keila, que articulou uma entrevista com antigo cacique Antônio
dos Santos.
Foto: Entrevista com Antônio dos Santos (Felipe).
Foto: EMPI - Pau Brasil.
Foto: Curiosidades (Rafael).
Na volta para Barra do Sahy
fomos registrar a obra do Porto Jurong, um estaleiro que vai realizar um
empreendimento inédito no estado do ES, vai explorar o petróleo na camada de pré-sal.
A Jurong é uma empresa de Cingapura, com negócios em 147 cidades de 42 países, no
Brasil atua cerca de 14 anos sendo responsável por 50% da plataformas
brasileiras na produção de petróleo.
Foto: Obras - Estaleiro Jurong - Barra do Sahy (Rafael).
Podemos desde já observar a
especulação imobiliária na região, inclusive no percurso indo para Aldeia Pau
Brasil. Toda essa movimentação econômica certamente se dá pela mobilização de empreendimento
na Barra do Sahy, que provavelmente é oriundo do cartel econômico/político dos negócios
de Estado.
Foto: Especulação Imobiliária.
Em Barra do Sahy não possui
uma Associação de Pescadores, todavia nos informamos quem poderia conversar
conosco a respeito da situação da pesca local.
Fomos de encontro com Seu
Arlindo, pescador aposentado pioneiro na pesca, com quase oitenta anos no local,
nos alegou que hoje não há possibilidades de manter a tradicionalidade da pesca
devido à extinção do pescado local, causado pelas industrias no entorno e pela
pesca industrial provinda de outros estados. Nos relatou que a área em que a
Jurong esta se instalando é uma das áreas mais nobres de pescado na região da
Barra - “naquela área onde eles cercaram tudo, aquela área todo mês a gente
sempre faturava com a pesca".
Seguimos rumo a Santa Cruz
No trevo que vai para
Coqueiral de Aracruz possui a Aldeia Caieiras Velha. Adiante, seguindo para
Santa Cruz passando o posto policial a direita possui a Aldeia Boa Esperança,
onde fomos fazer uma visita. Logo vem a Aldeia Três Palmeiras e Aldeia Piraquê-Açu.
Na Aldeia Boa Esperança
conversamos com cacique Antônio, que por sua vez, não pode autorizar registros fotográficos
e vídeos pois eles resolvem tudo em coletividade, tendo que marcar uma reunião
entre eles com a proposta do projeto e suas viabilidades para a comunidade.
Nós, obviamente entendemos e concordamos com a forma de organização da
comunidade.
Foto: Cacique Antônio - Aldeia Boa Esperança.
Fomos para Santa Cruz, e
ficamos de voltar (amanhã) para visitarmos outras aldeias indígenas. Em Santa
Cruz nos hospedamos na antiga pousada do Andreas Boos, que nos recebeu muito
bem em sua casa.
Foto: Sobre a ponte do Rio Piraquê (Rafael).
Foto: Antiga pousada de Andreas.
Percurso:
Barra do Riacho à Santa Cruz
Total
percorrido: 40 km
Apoio:
Andreas Boos – Antiga Pousada
Por Rafael Martins
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