Chegamos a Povoação na noite
de terça (02-07-2013), acompanhados de uma chuva fina com vento forte. Logo
veio um senhor (Simeão) perguntando se nós éramos os ciclistas que estavam
percorrendo o litoral do ES, confirmamos e ele nos levou para sua casa próximo
a praia onde pernoitamos.
Na manha seguinte, depois de
muita chuva e vento da noite passada o tempo firmou, todavia ainda ventava um
pouco e o céu estava nublado. Fizemos uma entrevista com Simeão – Presidente da
Associação de Pescadores de Povoação, e depois fomos fazer uma visita ao Centro
de Integração Comunitário.
Foto: Simeão e sua oficina ateliê de barcos (Rafael).
Foto: Centro de Integração Comunitário e alunos (Rafael).
Foto: "aqui estamos" - da curiosidade de aprender se forma o ser humano (Rafael).
No Centro Comunitário os alunos
possuem ensino integral de diversas disciplinas com suporte de acervo bibliográfico
e acesso a internet. Também se encontra as sedes administrativas da Associação
de Pescadores, Associação de Moradores e uma sala com acervos históricos de
Povoação, bem como artigos folclóricos religiosos e de pesca.
Do Centro Comunitário seguimos para praia (5km aprox.) para atravessar o Rio Doce. Quem fez a travessia foi o Hilton do Projeto Tamar que nos apoiou mais uma vez nesse percurso.
Em 3 de junho de 1914, ao voltar de uma pescaria, Bernardo sentou-se num banco no barraco onde vivia e aguardava que a esposa preparasse o almoço quando foi surpreendido pela entrada repentina de Lionel Fernandes de Almeida. Bêbado, o invasor deu-lhe um tiro de garrucha à queima roupa e fugiu. Bernardo tombou, já morto, aos 54 anos de idade.
Lionel Fernandes foi preso pouco depois e condenado a 17 anos de reclusão, tendo todavia, por razões desconhecidas, recebido indulto em 20 de maio de 1920. Anos depois, perguntado sobre o motivo do crime, teria respondido: "Cachaçada... questão de mulher". Baseado nesta declaração e em evidências indiretas, suspeita-se que a mulher de Lionel, cansada dos maus-tratos que sofria, buscou abrigo no barraco de Bernardo, o qual acabou por pagar com a vida este último gesto de generosidade.
Bibliografia:
REIS, Regina Lúcia Paiva Rabello. Caboclo Bernardo: história e cultura na Barra do Rio Doce. Linhares (ES): Unilinhares, 2003.
Do Centro Comunitário seguimos para praia (5km aprox.) para atravessar o Rio Doce. Quem fez a travessia foi o Hilton do Projeto Tamar que nos apoiou mais uma vez nesse percurso.
Foto: Saída de Povoação (Rafael).
Foto: Hildo - Projeto Tamar (Rafael).
Foto: Travessia.
Foto: Igreja de Regência (Rafael).
Foto: Busto - Caboclo Bernardo.
Bernardo José dos Santos, conhecido como Caboclo Bernardo foi o grande herói Linharense, condecorado com medalha de ouro pela Princesa Isabel em 1887, por ter salvo a vida de 128 marinheiros no naufrágio do Cruzador Imperial Marinheiro, na Barra do Rio Doce em Regência.
Em sua homenagem ocorre a Festa anual do Caboclo Bernardo, que reuni as tradicionais bandas de congo do Espírito Santo.
A triste partida de Caboclo Bernardo
Lionel Fernandes foi preso pouco depois e condenado a 17 anos de reclusão, tendo todavia, por razões desconhecidas, recebido indulto em 20 de maio de 1920. Anos depois, perguntado sobre o motivo do crime, teria respondido: "Cachaçada... questão de mulher". Baseado nesta declaração e em evidências indiretas, suspeita-se que a mulher de Lionel, cansada dos maus-tratos que sofria, buscou abrigo no barraco de Bernardo, o qual acabou por pagar com a vida este último gesto de generosidade.
Bibliografia:
REIS, Regina Lúcia Paiva Rabello. Caboclo Bernardo: história e cultura na Barra do Rio Doce. Linhares (ES): Unilinhares, 2003.
Foto: Busto - Elpídio Angelo de Macedo - Seu Miúdo.
"Vim morar em Regência para cumprir uma missão de cuidar desse herói até o fim da minha vida..."
SEU MIÚDO - O GUARDIÃO DO TÚMULO DO CABOCLO BERNARDO
É impossível contar a história do Caboclo Bernardo sem contar a história do Sr. Elpídio Angelo de Macedo, mais conhecido como Seu Miúdo (poeta e músico, falecido em 16 de dezembro de 2008, aos 85 anos).
Seu Miúdo, um homem de muita sabedoria e conhecimento, nascido em Colatina, veio para Regência, porque ouvia muito falar do Herói Caboclo Bernardo. Ao chegar à Vila, Seu Miúdo se entristeceu quando se deparou com o túmulo do Herói abandonado e sem nenhuma identificação. Ele disse: "É um absurdo, estão acabando com um herói tão importante pra nossa história", disse na época.
Então, depois de muita luta, ele conseguiu um túmulo digno de um herói e se tornou o Guardião do Túmulo do Caboclo Bernardo. Foi homenageado e condecorado como Cidadão Linharense.
Seu Miúdo tornou-se artista, com o passar dos anos, e não é diferente de muitos que conhecemos, pois era compositor, músico e poeta. Por meio de suas músicas, entoava a vida simples e pacata da comunidade regenciana, e demonstrava aos turistas o que sabia fazer com grande irreverência, que era cantar e contar a história de Regência e do herói Caboclo Bernardo.
Fonte: www.regenciaecotur.com.br
Fonte: www.regenciaecotur.com.br
Percurso: Travessia Povoação - Regência.
Total percorrido: 16km dentro de Povoação e Regência.
Apoio: Projeto Tamar - Hildo (barqueiro).
Apoio: Grande amigo Dílson "Velhinho".
Por Rafael Martins
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